quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Gigante pegou um trem-bala e parou na estação libertadores

Todos os vascaínos da nova geração devem guardar a quarta-feira, 8 de junho de 2011, em seus corações, pois este foi o dia em que o Vasco conquistou a Copa do Brasil em cima do Coritiba. Não que os vascaínos mais velhos não devam guardar e relembrar também esse dia, mas para os torcedores da nova geração esse título foi mais que especial, já que muitos não viram o clube conquistar um título de expressão. Muitos não chegaram perto de se emocionar e vibrar como na quarta-feira à noite. O jogo que deu ao Vasco o seu primeiro título de Copa do Brasil não foi um jogo qualquer. A partida disputada no Couto Pereira foi épica.

No primeiro jogo da decisão o Vasco tinha ganho em São Januário por um a zero, resultado comemoradíssimo, levando-se em conta que o Cruz-Maltino não vinha tendo grandes atuações nas partidas realizadas em seu estádio. Os jogadores do Vasco chegaram a Coritiba com uma pressão monstro pelo tempo que o clube não conquista um título de expressão e por a torcida não aguentar mais provocações dos rivais rotulando o Vasco de "eterno vice campeão".

Logo no início do jogo os jogadores vascaínos se mostravam nervosos, erravam passes fáceis, davam espaço para o Coritiba jogar. Porém o Coxa também deu espaços em contra-ataques, e num desses contra-ataques Éder Luís recebeu de Diego Souza, invadiu a área e achou Alecsandro sozinho. O atacante teve o trabalho apenas de tocar para o fundo das redes, calando a torcida do Coritiba, que fazia um espetáculo belíssimo. A vantagem do Vasco, que outrora era boa, se tornou, em uma tacada só, enorme e fantástica ao mesmo tempo.

O Coritiba estava abatido, mas ao mesmo tempo sabia que era necessário pressionar o Vasco se a equipe paranaense quisesse seguir viva na disputa pelo título(inédito para eles também). Numa jogada esporádica, de bola parada o Coxa voltou para o jogo: após cobrança de falta Jonas cabeceia para o meio da área e Bill, sozinho após falha de Dedé na marcação, empurra de cabeça para o gol. A torcida que estava apática volta a fazer do Couto Pereira um inferno verde.

Após minutos de pressão em vão, o fim da primeira etapa se aproximava e o desespero dos torcedores do Coxa presentes no estádio aumentava. Quando parecia que, após algumas chances desperdiçadas, o resultado de empate iria se manter no primeiro tempo, Rafinha recebe no lado direito da área e chuta para Fernando Prass soltar a bola nos pés de Davi, que dentro da área e de frente para o gol faz o tento que garante a virada da equipe paranaense ainda antes do intervalo. Os jogadores do Vasco foram para o intervalo de cabeça baixa, ao som da torcida do Coxa, que foi atiçada após o gol.

O Vasco voltou para o segundo tempo com a mesma postura do primeiro: defensivo, sem poder de reação e sem saída de jogo, com Alecsandro isolado no ataque. As fichas eram jogadas todas na velocidade de Éder Luís, que por vezes resolveu partidas para o Vasco ao longo da competição. Numa dessas jogadas do veloz atacante o Vasco conseguiu empatar e calar novamente o estádio: Éder arrancou e arriscou um chute de longe. chute esse que foi forte o bastante para vencer Édson Bastos, que foi enganado por uma curva que a bola fez no caminho. Os ventos estavam à favor na Nau vascaína.

Do gol de Éder em diante a pressão do Coritiba só se intensificou: Marcos Aurélio e Eltinho entraram para atacar ainda mais. A pressão e as modificações surtiram efeito quando Willian, jovem promessa da base do clube, acertou um petardo de fora da área fazendo o terceiro do Coritiba: faltava apenas um. A torcida se acendeu como nunca na partida, praticamente entrando em campo. A partir dai o jogo foi só coração.

Os minutos passavam devagar, tão devagar quanto o tempo que o Vasco não conquistava um título em âmbito nacional. O Coritiba pressionava e pressionava, a torcida rezava na arquibancada, da mesma forma que fizeram Diego Souza e Felipe quando saíram de campo, juntos, na mesma harmonia, com a mesma fé. Depois de cinco minutos sofridos de acréscimos o juíz apita o fim do jogo. O fim de uma era sem títulos importantes. O campeão voltou. O gigante despertou, pegou um trem-bala e foi direto para a estação Libertadores da América. A torcida vascaína pode gritar novamente "È campeão" e vibrar novamente com o Vasco da Gama, campeão de terra e mar.



Por Carlos Ramos(@CarlosRamos93)

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