segunda-feira, 12 de março de 2012

Fla bate Flu no primeiro jogo no ano do centenário do clássico

Era o primeiro Fla-Flu no ano do centenário do clássico. Fizeram de tudo para estragar esse jogo. A partida aconteceu no Engenhão, às 18h30m, com as duas equipes jogando com times mistos, dando mais imporância para os jogos da Libertadores no meio de semana, e com um público de pouco mais de 14 mil pessoas, para um clássico que já recebeu mais de 194 mil em uma peleja. Mas tudo isso não bastou. Um clássico que começou “40 minutos antes do nada” não podia desapontar a sua história. Os 14 mil corajosos que foram ao Engenhão ontem viram um Fla-Flu com cara de Fla-Flu.

Os Deuses do futebol prepararam uma grata surpresa aos fanáticos que acompanharam o clássico. Principalmente para um tal de Nelson Rodrigues, que, mesmo em outro plano, estava acompanhando o Fla-Flu do centenário no mesmo ano que completaria, na terra, cem anos de vida. Apesar de tudo e de todos, aquele jogo tinha de ser especial. E, de uma certa forma, foi.

Desde os primeiros instantes de partida o Fluminense já começara a testar o jovem arqueiro Paulo Victor, que tinha a árdua missão de substituir o titular, Felipe, que continua se recuperando de uma pancada na cabeça. Nos primeiros momentos do jogo os chutes não foram tão perigoso, mas, se fossem arriscados em cima de um goleiro desatento, o gol poderia ter saído. O Pó de Arroz dominou a partida, até o Flamengo achar um pênalti.

Galhardo fazia jogada pela direita da área quando Carleto deu um carrinho, tocando na bola e no jogador, que já tinha se jogado antes. Lance assim é pênalti. No Brasil, principalmente. Um pênalti à brasileira ou um infantil mesmo. Depende da interpretação. Na cobrança, Ronaldinho Gaúcho, que ainda não tinha marcado em um clássico desde que desembarcara na Gávea, colocou no canto oposto de Cavalieri, abrindo o placar e um sorriso em seu rosto.

Ronaldinho não fazia partida superior das que vinha jogando. As jogadas do meia eram as mesmas. A diferença foi que, coletivamente, o time do Flamengo estava melhor que em outros tempos, dando opções de passes para o camisa dez. Uma dessas boas opções foi Magal, que se apresentou para o meia cobrar uma falta rápida. Após receber a bola de R10, Magal foi ao fundo e achou, do outro lado da área, um jogador que não atuava pelo Rubro-Negro carioca desde 2010: Kleberson. O jogador foi renegado por Luxemburgo na temporada passada e emprestado. Voltou dia desses e fazia sua primeira partida desde a saída. Para dar a volta por cima, Kleberson chutou forte, sem chances para Cavalieri, e foi desabafar. Coisas de Fla-Flu.

Tudo corria bem para a equipe, Ronaldinho tinha com quem jogar, a torcida, ao que parece, ficava de bem com o craque novamente. Até que, aos 40 minutos, antes que o juiz apitasse o final da primeira etapa, o meia, que já tinha amarelo, fez mais uma falta maldosa, daquelas que, vez por outra, ele faz sem piedade dos adversários. Sem opção, o mediador resolveu, justamente, tirar de campo o craque, que, apesar de tudo se encaminhar para a volta da paz entre ele e torcida, foi vaiado (e tinha que ser, pela expulsão tola) na saída do campo.

Os minutos finais da primeira etapa foram de total pressão do Fluminense, e de consagração para Paulo Victor, que defendeu, com performace excelente, a honra dos flamenguistas e manteve a vitória de dois a zero do lado do Fla. Kleberson, outra hora renegado, dava entrevistas como herói. Ronaldo, possivelmente um dos heróis do jogo, tinha saído um pouco antes do campo como um candidato a vilão. Coisas que só o Fla-Flu proporciona aos amantes do futebol.

No segundo tempo, com um Flamengo mais recuado (e Joel é bom em ocasiões em que precisa recuar o time), a pressão do Tricolor seguiu, mas sem a mesma força dos minutos finais da primeira etapa. O Fla, com apenas Love na frente, se defendia e esperava um contra-ataque. O Flu, com um time ofensivo (entraram, no intervalo, Wallace e Samuel), buscava achar o gol que teimava em não aparecer.

Sem o vigor da primeira etapa, e sem um homem para criar as jogadas do time no meio de campo, o Fluminense não conseguiu reagir, mesmo com um a mais. Claro que, para isso, Paulo Victor ainda teve de realizar algumas boas defesas, principalmente em arremates de fora da área. O primeiro Fla-Flu do ano do centenário do clássico acabou com vitória do Fla. Ou melhor, o Fla-Flu não acabou, já que “O Fla-Flu não tem começo nem tem fim. Tudo se acaba, menos o Fla-Flu. Faço das lindas palavras de Nelson, essa hora um pouco molestado no céu pela vitória do Fla, mas no fundo feliz, as minhas. O Fla-Flu não tem fim.




Por Carlos Ramos(@CarlosRamos93)

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